MARACANAÚ
Incêndio destrói reserva indígena
Os moradores da reserva dos Pitaguarys, em Maracanaú, sofrem com incêndios em suas terras
O Corpo de Bombeiros foi acionado ontem, no início da tarde, para atender uma ocorrência de incêndio na reserva indígena de Santo Antonio do Pitaguary, em Maracanaú. De acordo com os moradores, o fogo teve início há três dias e se intensificou na manhã de quinta-feira.
Segundo o fiscal do Conselho de Articulação das Comunidades de Santo Antonio do Pitaguary, Carlos do Nascimento, o incêndio começou há três dias, no mangueiral de uma das fazendas existentes na localidade. "O fogo se espalhou devido a forte ventania dessa época do ano", disse Nascimento.
Outro fator que propiciou o alastramento da área de incêndio, foi o fato de a vegetação estar muito seca, com muitas folhas no solo. "Faz dias que não chove aqui nessa região", acrescentou o fiscal.
De acordo com o representante das comunidades, os bombeiros enviaram um ônibus com 25 homens para o combate do incêndio em solo e um helicóptero para realizar o trabalho pelo ar. Durante as manobras áreas para pegar água de uma lagoa próxima ao local do fogo, o helicóptero quase caiu.
Após esgotar todas as possibilidades de debelar as chamas que se espalhavam com muita velocidade, os bombeiros retornaram ao quartel, em Fortaleza. No final da tarde de ontem era possível observar que o fogo já havia consumido uma enorme área da reserva dos Pitaguarys.
De acordo com o morador da comunidade dos Pitaguarys, Marcelo Sales, o local exato onde o incêndio começou fica bem próximo à divisa de Maracanaú com Maranguape. Ainda de acordo com o residente na localidade, não é a primeira vez que isso acontece.
Riscos à saúde
Os moradores já estão até habituados a presenciarem pequenos incêndios que se extinguem rapidamente. Outras situações semelhantes são contidas pela chuva, mas de vez em quando se alastram e saem do controle até dos bombeiros como é o caso desse último.
Para Carlos Nascimento, num incêndio como esse, o fogo só é contido pelos barrancos ou pelos abismos. "O fogo vai queimando de baixo para cima e pelos lados, continua queimando e só para quando encontra um precipício", acrescenta o fiscal de Articulação.
Mas os problemas não se limitam apenas aos estragos ecológicos na natureza, as pessoas que moram no local também sofrem com as consequências da queima da vegetação. "Todos os moradores estão com problemas respiratórios, principalmente as crianças que ficam com irritação nos olhos e na garganta", finaliza Nascimento.